O próximo rover da Agência Espacial Europeia (ESA) a pousar em Marte vai ter tecnologia portuguesa. Desenvolvida por investigadores da Universidade de Coimbra e do Instituto Pedro Nunes, em parceria com a empresa Active Space Technologies, uma nova geração de aerogéis vai garantir o isolamento térmico do veículo.
Em conversa com o «Ciência Hoje»,Ricardo Patrício, responsável da Active Space Technologies, explica que este material se distingue dos demais aerogéis“devido à sua flexibilidade”.
O aerogel é um “material extremamente poroso e leve o que permite uma excelente performance técnica. É óptimo para aplicação espacial como isolante térmico de componentes electrónicos”, esclarece o investigador.
Os que estão agora a ser desenvolvido serão utilizados para manter uma gama de temperatura ideal para o bom funcionamento dos aparelhos electrónicos. “Principalmente para proteger do frio, visto que as temperaturas podem descer ao 40 graus negativos e os componentes electrónicos só funcionam até aos 20 negativos”, esclarece.
A grande vantagem do aerogel é a sua característica de flexibilidade, “muito importante para conter as vibrações de grande energia que vão acontecer durante o lançamento”.
O segredo da flexibilidade do material está no uso de “um processo específico de secagem dos produtos à base de sílica que garante uma menor densidade e maior flexibilidade”.
Outras aplicações dos aerogéis
Além das aplicações na área das ciências espaciais, este material pode também ser aplicado em construção civil e ser utilizado para filtrar materiais pesados, como os hidrocarbonetos, por exemplo, para filtragem de derrames de petróleo no mar.
A aplicação na área da saúde é também uma das possibilidades. “Podemos criar um tipo de cápsulas para medicamentos que garantam a libertação controlada e segura de fármacos”.
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